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Santiago do Chile, Chile
Viajar é meu esporte favorito, mal chego e já estou planejando qual será o meu próximo destino. Depois de trabalhar por mais de uma década na gestão de marketing em uma multinacional em Floripa, e passar um ano sabático explorando novos sabores, culturas e lugares, vim morar em Santiago do Chile. Espero que minhas experiências sejam úteis e instiguem amigos e desconhecidos a desbravar novos e deliciosos destinos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Aruba


Confesso que no começo não coloquei muita fé nesta ilha caribenha, mas como as passagens eram de milhas, emiti e me programei para uns dias de sol à beira mar, torcendo para que aquelas fotos verde-água não fosse trabalho do photoshop... Conforme fui programando a viagem, muitas dúvidas surgiram. Primeiro sobre qual resort escolher, já que são tantos e muitas vezes os preços são quase iguais. Depois, do que fazer na ilha, uma vez que muitos sites e guias limitam-se ao lugar comum ou a um roteiro de lua de mel que, infelizmente, não era o meu caso. Mais uma vez, decidi escrever um roteiro para ajudar aqueles que querem conhecer o Caribe, mas não querem gastar uma pequena fortuna para chegar lá ou viver uma verdadeira aventura em pequenos aviões e escalas em países suspeitos.

Vale a pena conhecer essa ilha?
Há uns 2 anos atrás li atentamente uma matéria da Viagem e Turismo sobre todas as ilhas do Caribe e as características de cada uma. Elegi Saint Martin como a melhor, por ter praias lindas, um lado charmoso francês e a possibilidade de ir de barco a ilhas caríssimas como St. Barth e Anguilla para passar o dia. Mas até agora, não consegui viabilizar a passagem para ir até lá, pois o custo é o mesmo de ir para a Côte D'azur original.
É exatamente aí que Aruba se mostra uma ótima opção, principalmente agora que a Gol passou a operar um vôo direto todos os domingos para lá. Isso permite você usar suas milhas ou comprar uma passagem com um preço razoável (em torno de 1.300,00 reais ida e volta). Mas o melhor é não precisar fazer escala nem em Bogotá e, principalmente, Caracas, um aeroporto que todo mundo teme em descer ou pernoitar.
Além da facilidade de chegar e o preço bom da passagem, Aruba tem sim aquele mar maravilhoso do Caribe, dias de sol e calor o ano todo e, melhor ainda, nada de furacões independente da época! Se animou? Então continua no texto e veja o que tem de bom para fazer lá.

Onde ficar



Depois que emiti as passagens, fomos ver os resorts e hotéis na ilha. Há muitas opções e muitas matérias e blogs falando do assunto. Fui fazer a cotação e a dúvida só piorou, pois tinham 4 opções semelhantes para escolher. Para mim, o pior é chegar em um lugar e descobrir que o outro hotel era muito melhor, custando menos ou um pouco mais. Então, essas dicas abaixo são bem importantes, por que fui e conferi para ajudar você a escolher.
Qual lugar da ilha:
Centro de Oranjestad – esqueça ficar aqui. Após as 18hs as lojas fecham e as ruas ficam vazias e dá uma sensação de insegurança. Além disso, você vai para uma ilha caribenha para pegar praia, não? Então, fique na praia. É muito quente para, todo o dia, pegar ônibus ou ir de carro e ter de procurar sombra de árvore para não cozinhar (as cabanas são exclusivas dos hotéis). Mesmo que o preço seja melhor, não escolha aqui. O Renascense não é nada de mais e as fotos são melhores do que a aparência real.
Eagle Beach – aqui há alguns hotéis, normalmente com preços melhores. Mas a infra-estrutura não se compara com os hotéis da praia vizinha, Palm Beach. Além disso, nesta área venta mais e apesar do mar ser verdinho, a água não é igual a de piscina. Sem falar que você vai ter de pegar bus ou ter carro para ir jantar e passear a noite.
Palm Beach (foto)– certamente, aqui é a praia para você escolher o seu resort e curtir aquela piscina verde-água que é o mar daqui. A infra-estrutura da praia é bem boa, com bons restaurantes e lojas a poucos passos do seu hotel (dependo do que você escolher).

Os resorts um a um:

West inn – se você quer encontrar brasileiro e excursão CVC, este é o lugar. Na verdade o resort limita-se a um prédio alto, com cara de apartamento, sem charme nenhum e ainda longe do buchicho de bares e restaurantes. Como tem muito apto e pouca praia na frente, o pessoal costuma acordar beeeem cedo para garantir lugar na esprequiçadeira na praia. Não recomendo.
 RIU (foto)– é bem novo, as árvores plantadas nem cresceram, então a área comum em volta da piscina é suuuuper ensolarada. A arquitetura lembra um palácio indiano, mas esse resort é All Inclusive. Se você gosta desta opção, ótimo pois inclui bebidas e frigobar. Mas se você não quer ver a mesma comida no buffet todos os dias (segundo um casal em lua de mel que ficou lá), e sim curtir as outras opções da ilha, esta não é uma boa opção.
Divi Divi Phoenix – tem um preço caro pela localização (início da praia, tem de caminhar um tanto no calor para ir a um restaurante) e pela infra-estrutura. Além disso, a parte que os locais freqüentam na praia fica bem ao lado, por isso, nada de reclamar da freqüência.
Holiday Inn – esqueça este. Prédios velhos, espreguiçadeiras antigas, está decadente!
Playa Linda – não é bem um resort e sim um condomínio de aptos. Área de piscina antiga, arquitetura "inspirada" nos hotelões do México, parece um pouco de mau gosto. Mas fica bem localizado também.
Marriot – são 03 hotéis, sendo 02 de apartamentos de praia. Fica no final da palm beach, a uma boa caminhada dos restaurantes e lojas. Para andar no complexo tem de ir de carrinho de golfe. Parece que não dá para usar as de piscinas dos outros, mas o hotel onde está o cassino (o maior dos hotéis) tem uma área bem gostosa. É bem procurado por famílias com crianças, então se você gosta de uma área de praia bem barulhenta e agitada com elas, é a sua opção.


Radisson (foto) – soube criar um ambiente verdadeiramente tropical na ilha. Além dos jardins com cascatas e riachos onde as iguanas correm soltas, são 03 blocos de apartamentos baixos e bem distribuídos. Os quartos são charmosos, com camas em dossel, e tem a melhor área de praia e piscina de todos os que visitei. Além disso, tem spa e cassino e boas opções de restaurantes e cafés, além de um bar de martinis super gostoso no meio dos jardins. Preciso falar que foi neste que fiquei? Ganhei up grade de quarto e crédito de 60 USD para drinks... Ah, é só atravessar a rua para ir a restaurantes, lojas e barzinhos. O mais animado inclusive fica em frente (Mister Frogs).
Ocean – tem uma ótima estrutura também, tanto de praia como de piscina. Não vi os quartos, mas o preço é elevado, compatível como os mais caros da ilha. Fica ao lado do Radisson e bem localizado também para ir a restaurantes e lojas.
Hyatt – é o mais chique da ilha, com preços bem mais altos. Tomei café da manhã lá e visitei as áreas comuns. Muito bonito, tem um cassino grande, piscinas e cascatas na área comum. Só que a área de praia não é tão boa e as piscinas ficam no alto e se ligam por escadas... achei que a área de cadeiras era mais restrita e o sobe e desce de piscinas nada prático. O parquinho das crianças fica nos fundos, em um corredor lateral, mas tem tobogã!

O que fazer

Bom, se você escolheu uma ilha no caribe é porque gosta bastante de praia, não?
Pois isso dá para aproveitar muito, como falei, sol o ano todo, mar verde-piscina, boa estrutura nos resorts... caminhadas, trilhas? Nem pensar. Não há mata ou reserva para isso e é muito quente, sol a pico. Compras? Até tem grandes grifes, muuuuuuitas joalherias (visite-as com o queridão e um bom saldo no cartão), free shop, etc. Mas nada que se compare aos precinhos de BUE ou de NY. As lojas de eletroeletrônicos são poucas, mas dá para encontrar uma boa máquina fotográfica e periféricos. A minha sugestão é que você aproveite para conhecer as praias da ilha, mergulhar, relaxar, fazer spa, caminhadas na areia, enfim, curtir a beira mar.
Snorkelling – pra quem não conhece, é o mergulho em apnéia, sem cilindro e sem dramas, feito na beirinha da praia onde tiver recifes. Nos píers em Palm Beach dá para alugar a máscara, snorkel e o pé de pato. Melhores lugares: recifes de Boca Linda, recifes à esquerda na praia de Arashi e Baby Beach (foto), lá tem que perguntar onde é melhor, quando fui o mar já estava agitado e não consegui chegar. Eagle Beach e Palm Beach não tem recifes, então nem perca tempo e pague mico entrando de máscara no mar...

Ilha Tour – fuja das armadilhas para turistas e alugue um carro (média de USD 40,00 dia) para fazer o seu tour na ilha. Com o mapinha na mão, em 2 dias dá para rodar tudo e conhecer as praias e pontos turísticos. Não perca – visita ao Farol no extremo norte com uma vista do outro lado da ilha, Baby Beach e Coco Beach no sul e a área desértica com cactos, ainda tem Salvaneta, Eagle e Surf beach, outras praias para tomar um banho de mar.


Aula de Windsurf – em torno de USD60,00 com 2hs, depois do Marriot em Palm Beach há várias escolas para você sair velejando naquele mar lindo e com muito vento. É a meca deste esporte.

Ativididades Náuticas – tem caiaque, párasail, lancha, pesca, passeio de barco. Eu fui passear de catamarã e fazer mergulho de apnéia no navio Antilhas, valeu a pena. Pesquise preço, pois o valor muda. Em Palm Beach em todos os píers tem uma empresa diferente. Escolha a sua. Minha dica – fui no Pelikanos, com menos de 20 pessoas. Um barco menor, mas com menos gente na água e maior possibilidade de ver peixes. Tem barco que sai com 80 pessoas, aí não tem como ver nada.

Mergulho – com um preço super barato (USD 70,00 a saída), há várias operadoras na ilha. Só cuide para escolher uma com barco e equipamentos confiáveis. Se não tem logbook ou licença, dá para fazer um batismo por um preço bem bom. Ao redor de Aruba há vários navios naufragados e você irá se deslumbrar com o fundo do mar.

Ativididades Náuticas – tem caiaque, párasail, lancha, pesca, passeio de barco. Eu fui passear de catamarã e fazer mergulho de apnéia no navio Antilhas, valeu a pena. Pesquise preço, pois o valor muda. Em Palm Beach em todos os píers tem uma empresa diferente. Escolha a sua. Minha dica – fui no Pelikanos, com menos de 20 pessoas. Um barco menor, mas com menos gente na água e maior possibilidade de ver peixes. Tem barco que sai com 80 pessoas, aí não tem como ver nada.

Admirar o pôr do sol – é lindo. E cada lugar tem um diferente. No centro, procure o El Pinchos, perto do aeroporto, e deslumbre-se com as cores rosa-choque do céu. Em Palm Beach, vá ao restaurante Pelikanos no Píer, e veja o cair da noite sobre o mar. Tem passeio de veleiro no final de tarde, dá para ir ver do ponto mais alto da ilha, enfim, muna-se de uma boa máquina e aproveite!

Badalar e Dançar – pois é, não achei nada muito interessante. Mas dependendo da época tem sim uma baladinha para casais. Mrs. Frogs em Palm Beach é o ponto mais falado. Tem um bar de praia entre o Marriot e o Holiday Inn que é mais pé na areia, lembra os barzinhos da Praia Mole que frenquentamos no passado. O Mister Jazz tem danças típicas e uma área bem legal no Paseo Herência. Enfim, quem tem boca vai a Roma!

Comer – Aruba tem as grandes redes de restaurantes americanas, com aquelas porções beeeem fartas que muitos já conhecem. Até procuramos comida mais exótica, mas o Thai não era muito bom e o restaurante indiano ainda não havia aberto. Boas dicas – ceviche de frutos do mar e filés de grouper no Pelikanos no píer em Palm Beach, a lasanha na Hosteria Dell Victorio, o cardápio do bistrô Papillon no centrinho do Palm Beach pareceu bem interessante (apesar das minhas amigas não quererem jantar lá), e há outras dicas nos guias como Madame Janete, Acqua Grill, Texas Brazil (churrascaria), etc. Opção é o que não falta.

Comprar – no centro, as lojas fecham às 18hs. Então é preciso ter disciplina para deixar a espreguiçadeira e pegar um bus (passa a cada 10min) para ir rodar nas ruas de Oranjestad (foto). Lá, o shopping do hotel Renascense traz as grandes grifes. Nas proximidades há outra galeria de lojas (prédio típico rosa) onde você encontra a Tomie, Duty Free, lojas de souvenir e joalherias. As lojas de eletroeletrônicos são poucas e ficam no caminho destes dois shoppings ou na Main Street. Li sobre uma loja de departamentos inspirada na Lafayette, mas não encontrei por lá. Em Palm Beach, tem Lacoste, loja com jeans da Diesel, Guess e estava inaugurando um outro shopping. Lá as lojas fecham às 21:30hs. Uma dica – pare em um grande supermercado no centro e se acabe de comprar temperos exóticos (tudo para uma deliciosa comida asiática), os cremes (banana boat 50fps por 7USD) e os lanchinhos para seus dias de praia. A diversão foi maior na gôndola de temperos do que nas prateleiras da Ralph Loren, pois como é para americano, nas lojas só tem tamanho G!


Boa Viagem!

 



sábado, 23 de julho de 2011

Receitas da Terrinha

Portugal é um país com uma gastronomia rica e saborosa e, dependendo da região, os pratos que melhor traduzem sua cultura e influência são bastante distintos. O site Roteiro Gastronômico de Portugal (http://www.gastronomias.com/) traz diversas receitas desta culinária já conhecida por muitos de nós, e que tem uma variedade de ingredientes e sabores que vai muito além dos pratos à base de bacalhau que conhecemos bem aqui no Brasil.
As regiões do país são divididas em: Minho, Alto Douro ou Trás dos Montes, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Ribantejo, Estremadura, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. Além da fartura de pratos à base de frutos do mar, a culinária das regiões do interior como a do Alentejo, é bastante variada em carnes de caça como as lebres e coelhos, e do porco negro, que é um tipo de porco só alimentado com castanhas portuguesas e que possui uma carne muito nobre e saborosa.
Eu trouxe na bagagem duas receitas que provei por lá e gostei muito. O Polvo a Lagareiro é um prato muito comum nas tascas em Lisboa e pode ser servido com deliciosas batatas ao murro. É uma receita que representa as regiões litorâneas do país, com sua culinária rica em pratos à base de frutos do mar. A segunda receita, provei pela primeira e única vez em um restaurante típico em Coimbra, que é a Chanfana de Cabrito . Um prato delicioso para ser apreciado nos dias de inverno, cozido com vinho e servido em panela de barro, uma iguaria portuguesa sem dúvida e que acompanha muito bem um típico pão português. Ambas as receitas eu tirei do Roteiro Gastronómico de Portugal e incluí meus comentários.

Polvo a Lagareiro 
Felicia Sampaio - Editora Culinária do Roteiro Gastronómico de Portugal
Ingredientes:

  • 1,200 kg. de polvo  (não precisa ser fresco, pode ser congelado, apenas peça ao peixeiro para entrega-lo limpo)
  • 2 dl de azeite  (de preferência um azeite Esporão extra-virgem, típido português e de ótima qualidade)
  • 4 dentes de alho 
  • 800 grs. de batatas não muito grandes com casca  (ideal são as pequenas para fazer no estilo ao murro)
  • 2 cebolas 
  • 1 raminho de coentros 
  • Azeitonas (aqui as pretas ficam melhor no prato)
Modo de preparo:
A receita não escreve como cozinhar o polvo, então explico que pode ser em panela comum com um pouco de sal e até uma cebola picada para dar mais gosto à carne. Para saber do tempo de cozimento, recomendo comprar um nabo mais ou menos do tamanho do polvo e colocar junto, quando ele estiver cozido (o garfo entrar facilmente), o polvo também estará pronto.  Depois de cozido e escorrido, grelhe o polvo com um pouco de sal. Se você preferir, corte em pedaços relativamente grandes e coloque para uma leve fritada com azeite na frigideira, ele precisa ficar com a pele dourada e crocante.
Depois de grelhado coloque-o em uma travessa e regue-o com azeite, alhos cortados às rodelas, coentros picados, cebolas cortadas às rodelas finas e azeitonas, leve ao forno alto apenas para dar uma leve cozida às cebolas e alhos (10 min). Acompanhe com batatas a murro: cozinhe rapidamente as batatas e ponha-as num tabuleiro salpique com bastante sal grosso. Leve a forno quente cerca de 30 minutos até dourarem bem. Depois de assadas limpe o sal e dê um murro ao de leve que romperá a pele.
O melhor vinho para acompanhar é um legítimo vinho verde português, servido geladinho como o Casal Garcia, sugestão do amigo apreciador de vinhos portugueses Marcelo Souza.

Chanfana de Cabrito
Receita  do Roteiro Gastronómico de Portugal


·    1 Kg de carne de cabra ou cabrito
  • 7,5 Dl de vinho tinto de boa qualidade
  • 100 Gramas de presunto
  • 3 Colheres de sopa de azeite
  • 1 Colher de sopa de banha de porco
  • 1 Cálice de aguardente (no caso da carne ser muito rija)
  • 2 Dentes de alho
  • 1 Cebola grande
  • 1 Folha de louro
  • 3 Cravinhos de cabecinha
  • a gosto: Colorau ,Sal ,Pimenta, Salsa
Modo de preparo
Limpa-se a carne do cabrito e corta-se em pedaços, assim como o presunto em fatias e a cebola em rodelas finas. No fundo de uma caçarola de barro preto de Molelos (a alternativa pode ser uma panela de pressão), coloca-se uma camada de rodelas de cebola, sobre as quais se dispõem bocados de carne, fatias de presunto, o alho picado, raminhos de salsa, o colorau, o sal, a pimenta, os cravinhos de cabecinha, o azeite e a banha.  (Se a carne for muito rija, para a atenrar, adicione um cálice de aguardente). Rega-se tudo com o vinho tinto e deixa-se a marinar para o dia seguinte.
No dia seguinte leva-se a cozer em forno de lenha, sempre com a caçoila destapada. Como aqui no Brasil esta caçarola de barro preto não é fácil de achar, encontrei outra receita que faz o cozimento em panela de pressão e, para finalizar, coloca em uma panela de barro. Quando a carne estiver bem cozida, serve-se da própria caçoila com uma colher de pau, acompanhada com batatas cozidas.
Nota: Este prato também é conhecido como Carne de Matrimónio, visto ser servido em todos os casamentos. Quanto melhor for a qualidade do vinho tinto com melhor sabor fica a chanfana.
A regra de carnes cozidas em vinho é utilizar o mesmo tipo de vinho no cozimento e para acompanhar o prato depois. Claro que com qualidades diferentes. A sugestão, dada também pelo Marcelo , para acompanhar este prato é de um vinho tinto da região do Douro, o  Duas Quintas da Vinícola Ramos Pinto.


Ingredientes:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Portugal com Charme

Fiz uma viagem com meus pais de carro por Portugal e tive o prazer de descobrir cidades históricas lindinhas, uma ótima rede de hotéis de charme, tascas com pratos deliciosos e que oferecem muito mais sabor do que os tradicionais bacalhaus que conhecemos aqui. Com o objetivo de compartilhar e instigar os amigos a percorrerem a terrinha com boas dicas de viagem eu redigi esta sugestão de roteiro.

Lisboa

Esta cidade já é velha conhecida de muitos, mesmo que só por fotos ou estórias de familiares. Sugiro pelo menos 4 dias para conhecer bem suas ruas, tascas e pontos históricos.

Com uma boa infraestrutura de hotéis, você pode escolher conforme seu budget de viagem. Não aconselho ficar na área do Parque das Nações, pois é muito vazio e sem charme algum. Se você quiser realmente sentir a Lisboa de verdade, fique no Bairro Alto. Alugamos lá um apto todo mobiliado e com aquecedor, novinho e super amplo (80m²) por menos de 100,00 euros por dia. A Internet oferece boas opções, procure no site http://www.rent4days.com/ onde há apartamentos super gracinhas nas melhores áreas da cidade. O contato direto com o proprietário do que ficamos é com Mauro no telefone 00351966632118. Fica muito bem localizado e é bem espaçoso.


Onde ir:
Comece o seu tour pegando o bondinho 28 que leva você por um delicioso passeio nas ruas do Bairro Alto e Alfama, permitindo belas vistas do Tejo e do casario típico. Desça nas proximidades do Castelo de São Jorge e vá visitá-lo. Foi aqui que Lisboa começou com a tomada do castelo dos mouros, seus antigos habitantes. Há um restaurante e lanchonete no local com preços bons para uma boquinha.
Caminhe pelas ruas nos arredores e, se for terça ou sábado, visite a Feira da Ladra no Campo de Santa Clara na própria Alfama e compre lindinhas caixas de porcelana portuguesa e souvenirs. É um mercado de pulgas e de itens que os próprios locais compram. De lá, caminhe em direção ao Tejo e pare no belo terraço lounge no Miradouro Santa Luzia (fica ao lado da igrejinha de Santa Luzia) para um drink aproveitando o final de tarde e a vista do Tejo bem alojado em um dos sofás.

O Bonde 28 (igual ao desta foto, que é o da Gloria) levará você de volta ao Bairro Alto, onde você encontrará lojas (H&M, Zara, Benetton, etc) e um shopping para boas compras nas redondezas. À noite, no mesmo bairro você tem ótimos restaurantes (lá o tradicional bistrô chama Tasca) como o Farta Brutos (comida típica, freqüentado por ministros e presidentes). Se a noite estiver animada, percorra as ruelas até achar um bar ou baladinha que agrade.

No dia seguinte, desça as ruelas do bairro alto até a beira do Tejo para fotos e de lá pegue o trem para Belém. Não será difícil identificar a Torre de Belém e o monumento às navegações. Alguns passos, você visita também o belíssimo Mosteiro dos Jerônimos (foto), com arquitetura Manuelina e um museu que conta a história de Portugal. Na saída, caminhe à esquerda e encontrará os tradicionais pastéis de Belém, que podem ser levados para viagem de volta. O sabor melhor é quando ainda estão quentinhos. Há ainda o Museu do Coche (chatinho) e outros nas redondezas, caso queira mais um pouco de história.


À noite, vá para a praça D. Pedro IV, para descer ao centro antigo pegue o elevador Santa Lúcia e saboreie em um dos bares ao redor a Ginginha, aperitivo típico feito de uma cereja de lá. Depois de abrir o apetite, caminhe nas proximidades da Rua Augusta e jante em um dos típicos restaurante da Baixa, como O Bacalhoeiro. Indico o arroz de polvo, delicioso. Aproveite para saborear os vinhos portugueses, os preços são bem bons e as cartas de vinhos variadas.
No terceiro dia, pegue o metrô e vá para o Parque das Nações visitar o belíssimo Oceanário. Esta região é a mais nova de Portugal e foi construída para a Expo anos atrás. Prédios modernos, shopping, restaurantes descolados, tem tudo aí. Com o tíquete do Oceanário você compra também o passeio de teleférico e passeia por cima de todo o parque, além de uma bela vista do Tejo e da Ponte Vasco da Gama. Se ainda sobrar energia, na mesma estação de ônibus/metrô do Parque você pega um bus para o maior outlet da Europa, a 30 minutos dali. Diesel, Chanel, Lacoste, CK, entre outras marcas estão lá
No último dia, se ainda tiver sede de história, recomendo pegar um guia para descobrir os monumentos históricos na cidade. Há muitos museus, igrejas, praças e coisas para conhecer, de preferência caminhando como a estação do Rossio, a Rua Augusta e a Praça do Comércio na região do Chiado. Se quiser aproveitar para comprar, recomendo uma visita com tempo ao El Corte Inglês, a loja de departamentos dos portugueses, mas que só vende grandes marcas e com preços muito bons, mesmo quando não for liquidação. São 7 andares de loja, com tudo o que puderem imaginar... e ainda é Tax Free!


Briefing do que visitar:
Alfama Animado a qualquer hora do dia, o bairro é ideal para o fim de tarde, quando as pequenas tavernas e bares ficam cheios.
Bairro Alto Lugar de agito, com bares e restaurantes e comércio diferenciado. Próximo do Chiado, tem o tráfego proibido. Bom para caminhar e admirar a vista.
Torre de Belém (Avenida de Brasília, s/nº, 213-620-034, mai./set. 10h/18h ter. a dom., out./abr. 10h/17h, € 4): fortaleza que serviu de ponto de partida das caravelas.
Mosteiro dos Jerônimos (Praça do Império, s/nº, 213-620-034, mai./set. 10h/18h ter. a dom., out./abr. 10h/17h, € 6): exemplo da arquitetura manuelina - a construção, iniciada em 1501, foi financiada pelo comércio das especiarias. Ao lado, um edifício, moderno na medida exata, atrai como ímã: o Centro Cultural de Belém (Praça do Império, 213-612-400, ccb.pt., 8h/20h seg. a dom.).
Calouste Gulbenkian (Avenida de Berna, 45A, 217-823-000, gulbenkian.pt, 10h/18h ter. a dom., € 4.): Abriga coleções de arte egípcia, islâmica, oriental e europeia. Tem jardins fabulosos.
Castelo de São Jorge (Rua de Santa Cruz do Castelo, 218-800-620, castelosaojorge. egeac.pt, mar./out. 9h/21h; nov./fev. 9h/18h, € 5.): Após reconquistar Lisboa dos mouros, em 1147, o rei Afonso Henriques fez da cidadela um palácio real. Erguido no topo de uma colina, o castelo é rodeado de terraços.
Feira da ladra (De 9h/16h ter. e sáb.): mercado de pulgas no Campo de Santa Clara, em Alfama.
Museu do Oriente (Avenida Brasília, Doca de Alcântara - Norte, 213-585-200, foriente.pt, 10h/18h qua. a seg. e 10h/22h sex. - gratuito 18h/22h, a partir de € 4): dedicado às culturas asiáticas.
Colecção Berardo (Praça do Império, 213-612-878, museuberardo.com, 10h/19h e 10h/22hsex., entrada gratuita): de arte contemporânea.
Parque das Nações Servido por trem e metrô (estação Oriente), esta herança deixada pela Expo 98 tornou-se um point de lazer do lisboeta, junto ao Tejo e à moderna Ponte Vasco da Gama. Vale a pena comprar o Cartão Parque das Nações (€ 16,50), vendido no centro de informações local e que dá direito a conhecer, ao longo de três dias, as principais atrações. Lá fica o Oceanário (Esplanada D. Carlos I, 218-917-002, oceanario.pt, abr./ out. 10h/19h; nov./mar. 10h/18h, € 11), que é um dos maiores aquários do mundo. O Pavilhão do Conhecimento (Alameda dos Oceanos, s/nº, 218-917-100, pavconhecimento.pt, 10h/18h ter. a sex., 11h/19h sáb. e dom., € 7) é um show de ciência ede tecnologia. Uma opção divertida de visita ao complexo é usar o teleférico (218-956-143, jun./set. 11h/20h seg. a sex., 10h/20h sáb. e dom., out./mai. 11h/19h seg. a sex., 10h/19h sáb.e dom., € 3,90 só ida, € 6 ida e volta). Informações: portaldasnacoes.pt
Praças da Baixa Aqui fica a mais bela Praça de Portugal, a do Comércio, fronteiriça ao Tejo (também chamada de Terreiro do Paço). Outro destaque é a Praça do Rossio (ou dom Pedro IV, embelezada com a estátua do nosso dom Pedro I - o IV deles).
Túmulo de Vasco da Gama Em 1497, esse bravo navegador português contornou o Cabo da Boa Esperança e encontrou o caminho para as Índias. Seu túmulo fica no Mosteiro dos Jerônimos e é entalhado com símbolos das viagens marítimas.


Planejando seu Roteiro de Carro
Pesquisamos bastante e os melhores preços foram de aluguel de carro na Internet no próprio site da easyjet (http://www.easyjet.com/), a companhia aérea de preços baixos da Europa. Tudo fácil e prático.
Para a hospedagem e roteiro, recomendo fazer um que inclua os hotéis de charme da rede Pousadas de Portugal (http://www.pousadas.pt/). As reservas podem ser feitas pela Internet, que inclusive oferece tarifas melhores que no balcão. Se escolher estes hotéis de charme e luxo, terá a oportunidade de ficar hospedado em antigos castelos, conventos seculares, Quintas históricas, além de desfrutar de serviços e refeições dignos de antigos nobres e clérigos... pagamos uma média de 115,00 euros o quarto triplo com café da manhã.

Nossa viagem começou pelo litoral, subimos a Serra de Sintra para visitar seus castelos, fomos à Conimbriga visitar as ruínas românicas e dormimos em Coimbra, onde provei o delicioso cabrito à moda da vila e fiquei maravilhada com a Biblioteca Manuelina. Subimos em direção ao norte para visitar a cidade do Porto e suas caves, serpenteamos as estradas que beiram o Rio Douro e dormimos na Quinta Solar da Rede com seus vinhedos seculares e vinhos DOC da região. Visitei a cidade da minha avó, Vilarseco, quase na divisa com a Espanha, em Miradouro na região de Trás dos Montes, cruzamos a Serra da Estrela onde o frio nos permitiu curtir uma noite à beira da lareira na pousada mais antiga desta rede de charme que escolhemos percorrer. Conhecemos a cidade de Cabral e o maravilhoso hotel 5 estrelas de Belmonte onde aprovamos os pratos feitos por um chef curitibano, depois ficamos mais uns dias curtindo uma vida de reis e rainhas no Castelo de Extremoz, onde viveu a Rainha Santa Isabel.

Pelo caminho, muitos pratos deliciosos nas tascas e restaurantes portugueses memoráveis onde provamos os vinhos de cada região, visitamos caves e vinícolas, além de nos deleitarmos com as paisagens e belas construções históricas.

Estoril e Cascais

Depois de conhecer Lisboa, alugue um carro no aeroporto e com um mapa na mão (vende em postos de gasolina) ou um GPS no carro, pegue a estrada em direção à praia dos lisboetas – Estoril e Cascais. De praia, nada, mas vale a penas percorrer este pedacinho do litoral até o cabo que fica mais ao ocidente do país.
Para quem prefere apenas caminhar na orla, há o Paredão, um calçadão à beira-mar entre São João do Estoril e Cascais, cheio de bares. A prefeitura também empresta bicicletas (chamadas por lá de "bicas") na própria estação de trem. Elas podem ser utilizadas na ciclovia de cerca de 10 quilômetros que passa por uma das principais atrações, a Boca do Inferno - um buraco profundo em uma falésia com um grande refluxo de mar que produz um barulho gutural. Você pode seguir a rodovia que serpenteia próximo ao mar até o Cabo da Roca (foto), que é a parte mais ocidental do continente europeu, passando por várias praias.
Meio dia nesta região é suficiente para conhecer, pegue a estrada e suba a "serra" em direção à Sintra.

Sintra
Esta cidade histórica é um Patrimônio da Humanidade que atrai milhares de turistas a seus palácios e castelos. Da estação é possível ir a pé até o centro, onde fica sua principal atração, o Palácio Nacional de Sintra. Construído pelos mouros no século 10, passou a ser residência dos reis portugueses em 1147. Tem o maior exemplar de azulejaria hispanomourisca da Europa e a mais importante sala heráldica, com pinturas de 72 brasões de famílias portuguesas. Dessa sala avista-se o Atlântico e, diz a lenda, viam-se as caravelas que partiam para a África, a Índia e o Brasil.
Outra visita obrigatória é ao Palácio da Pena (foto), mas, para subir até ele, que está a 500 metros de altitude, é aconselhável comprar o passe para o Circuito da Pena, por 4,50 euros, que dá direito a inúmeras viagens nos ônibus da vila ou ir de carro mesmo. Um misto de quase todos os estilos decorativos da Antiguidade à Renascença, o Palácio da Pena foi construído por dom Fernando III e... se você quiser entender um pouco mais de suas texturas, suas formas e suas cores, vale a pena pagar 3 euros pelo audioguia. Do palácio é possível ver o impressionante Castelo dos Mouros, fortificação militar que remete ao século 9, quando os árabes ocupavam o país. É preciso ter disposição para subir às muralhas que o protegem e às torres onde estão as bandeiras usadas por Portugal desde 1143, mas o esforço vale a melhor vista da região. Na volta ao centro, pare na Piriquita para experimentar os clássicos travesseiros - folhados recheados com creme de amêndoas, ovos e açúcar - e as queijadas da Sapa - casquinhas crocantes com recheio de coco e canela.
Em Sintra você encontra também belas cerâmicas portuguesas, feitas por fábricas da própria região.

As lojas ficam no centrinho e pelo preço você saberá identificar aquelas que são feitas a mão (mais nobres) daqueles tradicionais azulejos com caravelas. Nesta cidade, ficamos hospedados na Quinta das Murtas (foto) uma Guest House em uma antiga propriedade com jardins e quartos como apartamentos a uma curta caminhada do centrinho e pontos históricos (procurar em hotéis.com). Almoçamos em uma tasca próxima à Piriquita, no largo do Palácio Nacional.

Coimbra
Depois de Sintra, pegue a estrada em direção ao norte e fique em Coimbra. Famosa pela secular Universidade, ainda resiste na cidade fortificada com ruelas, repúblicas de estudantes e boas tascas no caminho.

Não deixe de visitar a Universidade de Coimbra e a belíssima Biblioteca Manoelina, com livros milenares e uma arquitetura belíssima. Dali, caminhe pelas ruelas com um mapa na mão e conheça as antigas torres e passagens desta cidade fortificada. Pegue o elevador e desça ao lado do mercado para conhecer de perto os peixes e verduras utilizados nos pratos típicos da cidade. Recomendo provar o cabrito à moda da vila (Chanfana à moda de Coimbra), cozido no vinho tinto até desmanchar, delicioso. Nesta cidade, os pratos são ainda mais baratos do que em Lisboa. Por 10,00 euros uma pessoa come muito bem!
Outros pontos históricos são as igrejas na parte baixa da cidade, o Convento Santa Clara e o passeio na beira do Rio Mondego. A cidade tem ainda parques e praças se você quiser ficar mais tempo, vá visitar Conímbriga a 15 minutos dali, com ruínas bem preservadas da época dos romanos.
Para se hospedar, a rede das Pousadas de Portugal tem a Pousada de Condeixa-a-Nova, em um palacete do século 16, ou ficar mais no centro para ir aos pontos turísticos à pé – Tivoli Hotel de Coimbra.

Porto

Uma cidade bem desenvolvida e linda, com o famoso Rio Douro desembocando no mar. Aqui, sugiro pegar um dos Citybus (há o vermelho e amarelo) e percorrer os principais pontos turísticos da cidade, que são muitos. O passe inclui uma degustação de vinho do porto em uma das seculares caves à beira do rio (foto). Aproveite o final de tarde no Cais da Ribeira (foto) ou na Vila Nova de Gaia que permite você vislumbrar a cidade do Porto de um ângulo espetacular.


A hospedagem na Pousadas de Portugal é o Palácio do Freixo, na beira do Douro. Uma das mais novas inauguradas pela rede. Para jantar, pegue um táxi até o Cais da Ribeira e escolha um dos restaurantes à beira do Rio com uma vista linda da ponte de Arrábida. Se não conseguiu fazer compras em Lisboa, aqui também tem a El Corte Inglés na Vila Nova de Gaia, a poucos minutos do centro da cidade.


Região do Douro

Os vinhos do Douro são muito famosos e com muito mais variedade que as versões licorosas do Vinho do Porto. Pegue o carro e um mapa (aqui nos perdemos) e percorra as estradas que circundam os vinhedos e o rio até a cidade de Mesão Frio para se hospedar no Solar da Rede (foto).
Este palacete fica em uma propriedade produtora de vinhos DOC do Douro e é belíssimo, sua origem remonta o séc. XV e possui salas e quartos ambientados no tempos da aristocracia da indústria do Porto. Todos os quartos com varandas debruçadas na vista para o rio e um bistrô requintado e com pratos deliciosos (prove o cordeiro com castanhas portuguesas e o vinho produzido na propriedade).



Serra da Estrela
Famosa pelos queijos e os cães peludos, a Serra da Estrela apesar de ter o ponto mais alto do país e uma estação de esqui no inverno, não é bem uma serra... o caminho até o topo é tortuoso e se for inverno você verá neve e poderá se arriscar nos skis. Mas se não for, não há muito para se ver. Nada que se compare com a nossa Gramado ou Campos do Jordão. O vilarejo não tem mais casas típicas e fora a pousada S. Lourenço onde ficamos que é a mais antiga que faz parte dos hotéis de charme, toda em pedra e com uma vista linda do vale, não há nada muito relevante. Então, a sugestão é passar pela serra de dia e ir domir em um outro hotel de charme, onde optamos por ficar na segunda noite, que é o Convento de Belmonte, a cidade de família de Cabral que fica logo abaixo da Serra da Estrela.

Nesta passagem pela Serra, pare para almoçar do restaurante panorâmico da S. Lourenço e prove o delicioso queijo de ovelha, típico daqui. Se tiver sorte, na passagem verá pastores com suas ovelhas e os famosos cães da estrela, peludos e inteligentes. Outra opção é o Espaço Ego (espacoego.com) onde você pode tomar um café, provar um vinho e escolher um dos 1500 chás disponíveis.

Se decidir pernoitar por aqui, seguem algumas sugestões que garimpei na revista de bordo da TAM: Quinta do Crestelo (quintadocrestelo.pt) é um charmoso hotel de um produtor famoso de queijo Serra da estrela; Quinta da Cerdeira (quintadacerdeira.com) é uma hospedagem rural onde você pode ficar em uma típica casa de pedra xisto da região e provar a culinária beirã.
Belmonte
Aqui, cidade natal de Cabral, a atração principal é a hospedagem – o Convento de Belmonte. Belíssima reconstrução deste convento de padres (diferente né), você fica hospedado em antigas celas e tem uma vista linda da Serra da Estrela. Situada numa encosta da Serra da Esperança, a pouco mais de 1 km da vila de Belmonte (berço de Pedro Álvares Cabral) este hotel de luxo surgiu da recuperação das ruínas do antigo Convento de Nossa Senhora da Esperança, sobre uma Ermida construída no século XIII e provavelmente sobre vestígios de antigos lugar de culto pagãos. O hotel preserva integralmente toda a herança histórica do convento (classificado em 1986 como imóvel de interesse público), incluindo a arquitetura em anfiteatro, entre os pinhais da Serra da Esperança e uma deslumbrante paisagem sobre a região da Cova da Beira e Serra da Estrela.
No restaurante, um chef brasileiro irá premiá-lo com pratos com ingredientes da região como os diferentes tipos de cogumelos e carnes de caça. Aproveite para visitar as ruínas do Castelo dos Cabrais, a Judiaria o bairro Judeu (foto) e se tiver sorte, a feira que acontece aos sábados pela manhã onde você encontra ótimas pechinchas.


Évora e Extremoz

O nome Lusitano da cidade de Évora era Eburobrittium, provavelmente relacionado com a divindade celta Eburianus. Conquistada aos Mouros em 1165 por Geraldo Sem Pavor, data em que se restaurou a sua diocese. Foi residência régia durante largos períodos, essencialmente nos reindados de D.João II, D.Manuel I e D.João III. O seu prestígio foi particularmente notável no século XVI, quando foi elevada a metrópole eclesiástica e foi fundada a Universidade de Évora (da Companhia de Jesus), pelo Cardeal Infante D.Henrique, primeiro Arcebispo da cidade.

Évora é testemunho de diversos estilos e corentes estéticas, sendo ao longo do tempo dotada de obras de arte a ponto de ser classificada pela UNESCO, em 1986, como Patrimônio Comum da Humanidade. A cidade fica sobre uma elevação, preservando as características de cidade fortificada com passagens estreitas e casario medieval.

Aproveite para caminhar por suas ruas, visitar as muitas lojas de itens típicos, desde cerâmica até itens feitos de cortiça. Famosa também pela alta gastronomia alentejana, possui uma rede de restaurantes de charme. Recomendo o Fialho, bem classificado (descobri com o escritor Mário Prata que ele é frequentador assíduo deste lugar), com um ambiente acolhedor no centrinho. O Porco Negro, alimentado apenas com bolotas e cogumelos, possui uma carne deliciosa. Prove com um dos famosos vinhos alentejanos – A Quinta da Bacalhoeira. Inclusive, pegue na praça a rota de vinhos alentejanos e marque a visita às caves, cujas vinícolas estão a poucos kilómetros da cidade (foto). Os vinhedos são muito lindos e no caminho à beira da estrada, se prestar atenção, verá lebres e suas tocas nos barrancos.


Para se hospedar, recomendo ficar em Extremoz, pequena cidade a 50km de Évora, onde você ficará no castelo onde morou a Rainha Isabel (a Santa Isabel) e o Rei D. Dinís. O Castelo foi recuperado de uma explosão e você tem a oportunidade de ficar em quartos belíssimos, jantar em salões reais e caminhar por corredores cheios de história, além de subir à sua torre. Faz parte da rede dos hotéis de charme das Pousadas de Portugal. No próprio castelo há um ótimo restaurante, mas na cidade fortificada, a alguns passos da torre há outros dois recomendados na lista de bons restaurentes da alta gastronomia alentejana.
No caminho entre as duas cidades, você verá outros castelos sobre montanhas e vale a pena apreciar um pôr do sol em um deles.


Instalada num lugar privilegiado como o Castelo de Estremoz (foto), cuja construção se iniciou em 1258, a Pousada de Estremoz é o resultado da adaptação do magnífico Palácio que D. Dinís mandou construir para a sua mulher, a Rainha Santa Isabel. A beleza do seu traçado e a qualidade dos materiais empregados resultaram numa refinada decoração com antiguidades de grande valor patrimonial. Este hotel histórico de luxo tem pequenos jardins e piscina circundados por ameias e uma magnífica vista sobre a cidade de Estremoz e a austera planície alentejana.

Este foi a hospedagem mais cara do nosso circuito, mas com um ótimo café da manhã e um quarto de nobre! Valeu super a pena ficar neste hotel de charme e visitar a capela e a estátua da Santa Isabel.





Confira as receitas que eu degustei e trouxe na mala nesta viagem no post http://viagemcomgosto.blogspot.com/2011/07/receitas-da-terrinha.html.

domingo, 17 de julho de 2011

Tannat - o sabor do Uruguai


Como para a maior parte dos brasileiros o churrasco é lugar-comum, resolvi não escrever aqui sobre o prato tradicional uruguaio que é a parrilla. Tá certo que no deles os cortes tem nomes diferentes (costela é assado de tira, contra-filé é entrecorte, chorizo é a noss linguiça turbinada, etc.)

Enfim, um país que consegue exportar milhões de litros de uma cepa específica de uva e ser reconhecido pela alta qualidade de suas vinícolas, não dá pra não falar do famoso Tannat e identificar neste vinho o sabor do Uruguai.

No meu post sobre Montevidéo inclui uma parte com dicas para as visitas às Bodegas, que são bem organizadas e possuem visitação com degustação e, em algumas como na Bodega Bouza (foto), um almoço delicioso à beira da lareira e em um bistrô super contemporâneo. Quem quiser explorar melhor esse turismo enólogo, sugiro visitar o site http://www.uruguaywinetours.com/web.htm.


Segue aqui um pouquinho das informações sobre as Bodegas Uruguais e o famoso Tannat, fruto de várias pesquisas minhas a respeito.

Com uma localização privilegiada e na mesma latitude das melhores regiões vitinícolas da Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, o cultivo de vinícolas no Uruguai teve início no final do século XIX com a chegada de bascos e franceses na região. Atribui-se a um representante desses imigrantes, Pascual Harriague, a introdução da variedade Tannat no país de mudas trazidas da Argentina e que hoje encontramos incorporadas a outras cepas como a Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinot para a criação de vinhos mais complexos e premiados.

Hoje o Uruguai tem mais vinícolas Tannat que o lugar de origem desta cepa, Béarn. Suas vinícolas desenvolveram-se ao redor de Montevidéo, em Canelones, mas hoje expandiram-se para outras regiões do país. A partir de 1980, com a criação do Instituto Nacional de Vitinicultura o vinho uruguaio profissionalizou-se e ganhou espaço nas adegas de apreciadores da bebida.


O vinho Tannat tem forte presença de taninos, é encorpado e longevo, podendo ser guardado por até 4 anos em média. Combina bem com carnes (perfeita combinação com a parrilla de entrecôrte) e comidas com molhos fortes.

A seguir algumas das vinícolas reconhecidas deste país e seus melhores vinhos Tannat.

Ariano Hermanos, de 1927, seu tinto top é o Don Adélio Tannat Reserva.

Calvinor, tem vinhedos na divisa com o Brasil, possui varietais da Tannat e de outras uvas.

Carlos Pizzorno, é uma das bodegas mais conceituadas do país com vinhos como Don Próspero e Pizzorno Tinto Reserva.

Castel Pujol, outra casa de renome da tradicional família Carrau. Seu Amat é 100% Tannat envelhecido em barris de carvalho por 16 meses.

José Luiz Filgueiras, vinícola-boutique, seus melhores rótulos são da linha Filgueiras Premium.

Juanico, tradicional bodega uruguaia, hoje pertence à família Deicas e tem a marca Don Pascual com cortes de Tannat como o Preludio, o Tannat Roble e o Tannat Reserva. Estes eu provei em restaurantes em Montevidéo com o corte de Cabernet Franc e o Reserva, ambos muito bons e com preço atrativo.

Marichal y Hijos, pequena vinícola em Canelones, sua linha top é o Reserve Collection com um corte de Tannat e Pinot Noir.

Stagnari, outra empresa familiar com vinhos pretigiados com o rótulo de Viognier Selección e o Tannat Viejo.

Bodega Bouza, antiga vinícola comprada e modernizada há poucos anos, tornou-se uma vinícola-boutique e tem uma cepa numerada (06) cujo Tannat, envelhecido em roble francês, está sendo expressivamente premiado. Trouxe a minha garrafa da melhor colheita por razoáveis 780,00 pesos.

Tin tin!